passarinhos cantam em ré menor
- henriquesampaioh
- 8 de out. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 12 de out. de 2024

Ontem a tristeza bateu na porta, eu gentilmente disse: Entre minha velha amiga. Preparei um café quentinho e ficamos os dois em silencio, dividindo um cigarro enquanto o céu se pintava de um azul clarinho entrecortados com raios rosas e violeta.
Nos dias em que me visita, até os passarinhos, que escuto lá fora enquanto estou deitado em minha cama, parecem cantar em ré menor.
Nos dias em que me visita, até os passarinhos, que escuto lá fora enquanto estou deitado em minha cama, parecem cantar em ré menor.
Com o passar do tempo, aprendi a tratá-la bem. Perdi o medo. Na verdade, ando lhe mimando demais. Coloco um filme em preto e branco, leio um livro recorrente, armo uma rede na varanda e nesses pequenos gestos o dia se passa com a calmaria que amamos, eu e ela. Minha tristeza. “Você dá cabimento demais para ela”, me dizem. Eu concordo.
“Você dá cabimento demais para ela”, me dizem. Eu concordo.
Certa vez, ao responde uma pergunta do médico eu disse: Eu não sei, talvez eu sofra de retenção de tristeza. O certo é que nunca sei quando ela me visitará de novo. Ultimamente, teima em ser uma amiga distante, daquelas que você nunca encontra, mas quando acontece não há cobrança nem cara feia, somente a tranquilidade de se encontrar no outro.
Hoje pela manhã, no meio de uma xicará de café, sem açúcar, olhei para o liquido preto e percebi que ela tinha ido embora, assim, desse jeito que sempre faz. Sem avisar. Eu, que me arrumava para malhar, pensei: Até logo minha velha amiga.
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